Quieta, quietinha...

... assim ficava, pendurada nesta janela. Uma manta no parapeito, para não magoar os braços, a ver a gente passar, imaginar o que cada um iria fazer, como seria a sua vida. Imaginar que a vida de todos seria sempre mais fácil, que não teria dificuldades, que os problemas se resolvem sozinhos (já diz a Catarina, que a vida se resolve sozinha e, digo-vos, é bem verdade). Apagar as chatices todas da minha cabeça e ficar a ver a vida passar. Esta história das Segundas dá-me mesmo cabo do sistema. Se calhar foi por ter nascido numa Sexta-feira que, e não é por acaso, é o meu dia preferido. Não pela visão de um fim de semana, mas pela perspectiva de me entregar a coisas que não faço durante a semana. Dormir a sesta, ler, ir ao meu escritório (o de cá de casa, não o outro) e ficar quieta à janela a ver as pessoas passarem.

A vida vista da janela é tão mais simples, tão menos trabalhosa. Quando for grande, quero ser uma janela.

Imagem via Planete Deco